quarta-feira, 10 de outubro de 2018




A era da grosseria online



     Parece um duelo do Velho Oeste. No lugar da arma, é o dedo no mouse ou na tela do celular. Navegamos pelas redes sociais como se estivéssemos num filme de bangue-bangue. Aguardamos o adversário chegar armado para nos surpreender. Ao sinal de ameaça, “pá!”, ou melhor, “clique!”. Assim, compartilhamos textos esdrúxulos sem ler porque o título é provocativo. Distribuímos fotomontagens malfeitas achando que são imagens reais.
     O Brasil sofre de um problema crônico de educação virtual. Somos imaturos. A sensação de segurança mistura-se a uma falsa ideia sobre a liberdade de expressão. Sérgio Ferreira do Amaral, professor do Departamento de Ciências Sociais na Educação da Unicamp, explica que a ideia de estar livre para disseminar comentários maldosos acontece porque a pessoa acredita que não será encontrada, já que a internet é uma plataforma recente.
     Além disso, a sociedade precisa aprender a se reorganizar em rede. Para o cientista social Marco Aurélio Nogueira, da Universidade de São Paulo, a internet se popularizou em meio ao enfraquecimento de instituições que tradicionalmente ajudavam a organizar comunidades. A escola, a igreja, a família, os sindicatos e os partidos estão perdendo a influência. As pessoas estão buscando as respostas na internet. “A cultura brasileira, tradicionalmente, nunca incorporou o conflito e a divergência, algo inerente ao ambiente de internet”, diz Nogueira. “A cultura de rede ainda não se fixou em termos éticos na vida brasileira. Não temos uma cultura de boas maneiras. A gente nem sequer sabe o que queremos da vida em rede.” Precisamos repensar o papel social das redes sociais. Caso contrário, a internet, que cresceu e se desenvolveu como uma poderosa ferramenta democrática, corre o risco de alimentar o ódio, a intolerância e o autoritarismo.



sexta-feira, 5 de outubro de 2018



SOBRE A LIBERDADE E OS DIREITOS DO CIDADÃO


Rui Barbosa afirma:

A regra da igualdade consiste senão em aquinhoar desigualmente os desiguais, na medida em que sejam desiguais. Nessa desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade. Tratar como desiguais a iguais, ou desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real (OLIVEIRA, 1956, p.32).

Rousseau, em sua obra Do contrato Social bem destacou: “O homem nasceu livre e por toda a parte vive acorrentado. Um determinado indivíduo acredita-se senhor dos outros e não deixa de ser mais escravo do que eles”, basicamente o homem de fato nasce livre, entretanto, vive preso, sendo comandado e seguindo ordens de outros, minoria que se acha privilegiada, mas conforme entendimento do autor estes também se tornam escravos.